Seja bem vindo!

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Realizado por: Diana Q. T. de Sousa (1999) - Estudo | Col. Privada (Portugal)

Sente que a Arte Pública tenta contribuir para a definição de uma identidade colectiva?

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Manuela São Simão - triptico_2007


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Fonte: Informação fornecida pela artista: Manuela São Simão.

Manuela São Simão - Territorios(En)Quadrados



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Fonte: Informação fornecida pela artista: Manuela São Simão

Manuela São Simão - Project Room


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Fonte: Informação fornecida pela artista: Manuela São Simão

Manuela São Simão - (De)Formatos























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Fonte: Informação fornecida pela artista: Manuela São Simão.

BOXED ATTITUDES (IDEIAS EM ACERVO) // Galeria Extéril_06/07


















Boxed Attitudes é o meu pequeno acervo de ideias. Ideias que estão em stand-by, à espera de uma oportunidade para serem expostas, concretizadas.
Trata-se de um projecto feito de projectos. Nele faço alusão a diversos projectos que já concretizei, assim como apresento outros que nunca foram antes mostrados, quer por falta de oportunidade...quer por falta de espaço...! Encontro agora neste pequeno “withe cube” que é a Galeria Exteril, um espaço para os mostrar. De uma forma claustrofóbica, é verdade...mas à semelhança de um panorama artístico no qual estamos...demasiado pequeno e limitado…

Empilhei todas estas ideias (às quais chamo atitudes) neste espaço-caixa que é a Extéril, de forma a poupar espaço, para caberem todos os projectos cá dentro! E couberam! Mas alguns (para não dizer todos!) tiveram de ser sacrificados por causa de um pequeno (e eterno!) problema de limites...mas não estou a reclamar! Até porque se há coisa a que sempre nos teremos de cingir, na vida ou na arte,é a limites, sejam eles físicos ou psicológicos, sejam os limites da galeria, da sala de exposição, do formato da tela, do papel, da caixa de cartão, da moldura, da estrutura, da intensidade da luz, da escuridão, do atelier, do tamanho da mão, do tamanho do corpo, de um carro ou de uma carrinha, da temática, do conceito, do “pré-conceito”, das fronteiras de um país e da falta delas, da política, da sociedade, da cultura e da falta dela, da inteligência, da tolerância e da constante falta dela, de uma porta ou de uma janela, de uma lingua, de uma linguagem, de criatividade, de um olhar, de um sentir, de um orçamento, de tempo, do tempo, de critérios e da falta deles, de bom senso, de profissionalismo, de respeito e da constante falta dele assim como da capacidade de relativização de tudo isto!...Ou da falta dela…

Manuela São Simão (Novembro 2006)


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Fonte: Informação fornecida pela artista: Manuela São Simão

STAND-BY_BOXED ATTITUDES // projecto para a exposição colectiva Narrativas na Galeria Sete_06


















Boxed Attitudes são mulheres à espera de uma oportunidade para agir, para mostrar os seus ideais, para expor as suas ideias.
Estão dentro de caixas, rotuladas, abafadas por “pré-conceitos” que parecem prevalecer sobre qualquer atitude revolucionária, ou de revolta.

Vivemos na era da livre circulação em que as fronteiras físicas parecem se desmoronar, para dar lugar a fronteiras psicológicas e novas formas de discriminação. Enquanto algumas se mantêm intactas, quase como superstições que ninguém se atreve a questionar…

O que é o rótulo senão mais uma forma de limitação numa sociedade consumista que parece precisar cada vez mais de encontrar um padrão, um limite-de-acção com as suas fronteiras e regras bem definidas?

Somos todas diferentes mas todas rotuladas e legendadas de nós mesmas: mulheres.


Manuela São Simão (Março de 2006)

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Fonte: Informação fornecida pela artista: Manuela São Simão

Questionário: Manuela São Simão

Este questionário tem como objectivo o estudo de novas percepções dos elementos do sistema da arte face ao desenvolvimento das novas tecnologias.


MANUELA SÃO SIMÃO nasceu em São Paulo (Brasil) em 1980, vindo posteriormente para Portugal, onde concluiu, em 2003, a licenciatura em Artes Plásticas_Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Vive e trabalha no Porto.


1. Qual a sua função dentro do sistema da arte?
M.S.: A minha formação é nas artes plásticas, desenvolvo o meu trabalho pessoal e projectos individuais como colectivos, em diversas áreas das artes, incluindo o design, animação, ilustração, fotografia, etc.

2. Considera a Internet um excelente meio para a divulgação de projectos e publicações digitais de arte contemporânea? Justifique a sua resposta.
M.S.: Sim, penso ser inevitável a necessidade actual da Internet na divulgação de qualquer tipo de publicação e projectos digitais. A Internet com a sua rapidez e economia, acaba por ser o meio que mais justifica a produção artística no suporte digital, seja ela uma publicação ou um projecto de vídeo, por exemplo. A nossa “era da arte digital” acaba por ser um reflexo e um assumir das inovações e melhorias que a comunicação através da “rede” nos permitiu. A questão da “democratização da arte” é uma delas. A recentíssima “web social”, ao permitir a troca de ideias entre artistas de diversos países e culturas através da promoção de fóruns e verdadeiras “tertúlias virtuais” vem incentivar a pluridisciplinaridade artística que tanto caracteriza a produção contemporânea.

3. Tem algum site e/ou blog? Indique, por favor.
M.S.: Infelizmente não tenho nenhum site mas reconheço a sua necessidade e utilidade há mais de 3 anos. Ainda não criei um blog mas penso fazê-lo em breve. O meu trabalho pode ser visto online e para já, nos seguintes links:
http://www.saatchi-gallery.co.uk/yourgallery/artist_profile/Manuela+Sao%20Simao/30924.html
http://verbover.blogspot.com/2005_12_01_archive.html
http://www.exteril.com/exposicoes/2006/53_09dez_manuela_s_simao/1mss.html
http://www.galeriasete.com/index.php?option=com_acervo&Itemid=0&func=viewcategory&catid=136

4. Dos vários espaços de Internet relacionados com arte contemporânea, quais são os seus preferidos?
M.S.:Gosto de todo o tipo de sites de portfolio artístico, assim como publicações de revistas de/sobre arte digitais, e recentemente os blogs, mas acho fundamentais também os sites que permitem a visita virtual e dinamização da actividade por exemplo de um museu ou galeria. Agrada-me a ideia contemporânea do espaço “real” destinado à divulgação do trabalho de artistas, que assume o espaço virtual num site explorando as suas possibilidades enquanto complemento do outro espaço real, que não seja apenas como divulgação do mesmo.

5. Na sua opinião, até que ponto a arte digital pode desvirtuar ou não o conceito de obra de arte?
M.S.: Penso que a arte digital torna se mais um meio de expressão na arte, mais uma ferramenta para transmitir uma ideia. À semelhança do que acontece com as restantes “técnicas” e ferramentas usadas na arte, a digital nunca irá desvirtuar o conceito de obra de arte enquanto não basear a sua necessidade e importância em apenas “virtuosismos técnicos”. Quanto à questão da reprodutibilidade e perda do carácter de objecto único, isso já há muito surgiu com o aparecimento da fotografia, por exemplo que é hoje um dos mais reconhecidos e privilegiados meios de expressão artística contemporânea. Penso que esta questão deve ser entendida como uma possibilidade em si que, devidamente explorada pela criatividade do autor e suas prévias intenções estético-conceptuias, tornam se uma mais-valia na arte contemporânea.


Obrigada pela sua colaboração,
Diana Sousa.

Gabinete Extéril de Somato Morfos @ (De)Formatos II, Imerge


Pedro Marcolino
Somato Morfos Digital

Performance multimédia através da qual serão produzidos desenhos digitais visualizáveis num ecrã e projectados durante a duração do evento. Desenhos esses de elementos do público que pretendam ser consultados, tornando visível a sua imagem Somato Mórfica.
Gabinete Extéril acontece na obra/ galeria e espaço cúbico que alberga a performance, além de dotar o título de estranheza, reforça o conceito base deste projecto.
Somato, do termo grego, significando Corpo ou parte de, Cadáver, Ser Vivente, e Morfos, significa Forma, Configuração, Estado.
O processo implica a análise de Close-ups de partes de corpos, culminando em retratos inacabados povoados somente pela linha, quase como estranhas peles desenhadas em arame.
Os elementos do público poderão participar, tornando-se em utentes do Gabinete, bastando inscrever o seu nome numa folha de ordem de atendimento.

Descubra o Somato Morfos que há em si…”
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Fonte: Informação fornecida pelo artista: Pedro Marcolino

“SOMATO MORFOS”, de Pedro Marcolino



Pedro Marcolino
Aquiles
52x70 cm
Grafite sobre Papel


O nome deste projecto surge dos termos gregos somato [1], substantivo neutro que significa Corpo ou parte de, Cadáver, Ser Vivente, e de morfos [2] que significa Forma, Configuração, Estado.
Apresentam-se Close-ups de partes de corpos, recombinadas, previamente destacadas do original e que se fundem numa soma inquietante, tão bela quão sinistra, tão única quanto estranha.
Estas são representações de realidades alternativas, tão possíveis quanto as hipóteses quotidianas de mutação física…Ou serão representações de um estado de consciência simultaneísta de percepção alterada?!...
Visões premonitórias de uma realidade paralela que apesar de tocar o funesto, nos alegram por não passarem disso mesmo.
São ex-votos ambíguos de uma outra dimensão, que nos podem remeter para a VIDA como a entendemos.


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[1], [2] in Dicionário Grego-Português e Português-Grego, ISIDRO, P., Ed. Livraria Apostolado da Imprensa, Porto.
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Fonte: Informação fornecida pelo artista: Pedro Marcolino.

Entrevista com: Pedro Marcolino

Esta entrevista tem como objectivo a análise da perspectiva do jovem artista contemporâneo, Pedro Marcolino (graduado em Pintura, pela FBAUP), perante o aperfeiçoamento das novas tecnologias, que sugerem a urgência de adaptação artística ao mundo actual.
D.S.: A arte tem evoluído conforme o desenvolvimento das novas tecnologias (entre outros factores). Considera a Internet um excelente meio para a divulgação de projectos e publicações digitais de arte contemporânea?
P.M.: A Arte sendo produto do Homem, sempre esteve associada às tecnologias disponibilizadas pela ciência e indústria de cada época.
A ligação arte - novas tecnologias sente-se bastante no âmbito da arte contemporânea, devido a aspectos comunicacionais e de desenvolvimento específicos da época presente. Daí que muitas inovações e informações se tornem globais instantânea e simultaneamente. Este facto vem ajudar largamente o artista ou o publico que recebe (não presencialmente) informação “fresca” que de outro modo seria mais difícil de obter, além de ser mais rápida e cómoda de obter. A Internet pode ser um veículo óptimo para a divulgação de projectos e publicações de arte contemporânea, sejam inteiramente digitais ou apenas apresentados digitalmente.
Entendo que possivelmente alguns projectos digitais produzidos inteiramente através da informática e com apresentação através da net, poderão ser eventualmente melhor integrados e apresentados, pois existem condições de leitura da obra semelhantes no computador do receptor (pessoa que explora a Internet) com o computador do produtor da mesma (artista)…
Mas com devidos ajustes, também os projectos efectuados com meios analógicos poderão serão perfeitamente apresentados na net, com as claras vantagens da divulgação global e simultânea, atingindo públicos mais vastos.
D.S.: Considera a divulgação digital como uma nova forma de projecção: do artista, da obra de arte, do interveniente que dá a conhecer a obra de arte (galeria, museu, associação) ou do que vende a obra de arte (galeria, leiloeira, espaço de arte)? No seu caso, considera que a divulgação (através da Internet) das suas exposições e obras de arte foi uma mais valia para uma valorização da sua produção artística?
P.M.: De facto penso que se pode considerar este tipo de divulgação uma nova forma de projecção do artista, da obra, etc.
A divulgação que até agora foi feita do meu trabalho artístico, a meu ver ainda pode evoluir muitíssimo, pois até aqui tem sido cariz informativo, divulgando locais e datas de exposições ou informação / imagens de obras. Mas pode (e deve) ainda evoluir para uma plataforma mais complexa em que a obra estará muito mais integrada, ao invés de simplesmente passar informações sobre ela…
Penso que será a grande diferença entre a circulação de informação sobre a obra e a verdadeira obra digital. Os artistas necessitam de considerar mais este veículo e integrar ou produzir as suas obras neste contexto…
D.S.: Até que ponto uma obra de arte poderá ser considerada objecto de deleite perceptivo, numa apresentação digital?
P.M. Penso que se a obra for a apresentação digital em si, será possível esse deleite. Caso a apresentação não seja muito bem efectuada, poderá não ser possível a fruição, pois estamos a percepcionar não a obra, mas sim uma representação desta…
Pensemos na metáfora da televisão: Hoje em dia podemos ver um filme de guerra sentados num cinema ou no conforto do nosso sofá. Através dos sistemas surround e dos ecrãs gigantes sentirmos emoções fortes provocadas por esses estímulos. Mas sabemos que estamos na segurança desse local. Essa experiência não será minimamente comparável à presença num cenário de guerra. Penso que com a Internet será semelhante…exceptuando as obras produzidas com a apresentação digital como finalidade.
D.S.: Qual é a frequência que utiliza a Internet e os meios que ela dispõe? Quais são os seus sites e blogs favoritos, no âmbito da arte contemporânea?
P.M.: Frequento a Internet diariamente, várias vezes por dia. Para comunicar e para pesquisar, tanto para trabalho como para outros fins.
Penso que é de referir o site da
anamnese [www.anamnese.pt]. Trata-se de um projecto que veio ajudar a divulgar e condensar informação sobre os artistas portugueses contemporâneos. É incontornável para se ter uma melhor noção da actividade dos artistas portugueses, visto que funciona como um arquivo, ideal numa área na qual a informação geralmente está dispersa. Curiosamente já foi editado fisicamente, em livro…
Um dos últimos sites que vi recentemente foi o de Marta Menezes [
http://www.martademenezes.com/] uma artista portuguesa que habita no reino unido, cuja base de trabalho consiste em modificações de ADN para obtenção de modificações em diversos seres.
Isto só para mencionar dois, na net encontram-se muitos mais…

D.S.: Como define a sua posição no espaço virtual? Tem algum site e/ou blog onde faça referência à sua produção artística?
P.M.: Uma parte do meu trabalho artístico utiliza meios digitais, como manipulação e desenho bitmap e vectorial. Existe alguma informação sobre parte do meu trabalho (performance multimédia- “Gabinete Exteril de Somato Morfos” e da exposição de fotografia “Big Bangs”) no site da galeria Exteril [www.exteril.com] ou em [http://www.exteril.com/exposicoes/2006/50_01jul_pedro_marcolino/1pm.html].
Ainda não decidi avançar para a construção de um site pessoal, pois de momento estou concentrado na dissertação de mestrado, o que me tem abrandado um pouco nesse aspecto. Quero fazer um site mas será preciso mais concentração do que a que disponho nesta fase…será para um próximo episódio…
D.S.: Na sua opinião, até que ponto a arte digital pode desvirtuar ou não o conceito e percepção da obra de arte?
P.M.: Penso que esta é uma questão bastante importante. Já à muito se diz que é necessário ir às galerias e museus ver e sentir a obra, ao vivo e a cores. Concordo com a ida aos locais, no caso de Internet ser a simples divulgadora de informação, será semelhante a ler uma revista de arte. Podemos ler uma crítica ou conhecer o conceito da obra e ver algumas fotos, apesar de isto servir apenas como “aperitivo” ou “preview” para uma visita. Neste caso, a net não pode substituir a presença “in loco”, pois só no local onde permanece a obra se poderá frui-la inteiramente.
Se por outro lado, a obra for “virtual” e só existir em bits na Internet ou num outro suporte informático, então a fruição poderá ser feita em qualquer lado que apresente possibilidades de visualização, em casa ou em qualquer outro sítio que tenha acesso a esses dados.
Ainda em relação às visitas de obras físicas, acredito que seja uma questão de tempo e de desenvolver da tecnologia, até que as visitas virtuais se tornem tão avançadas, de modo a que se possam sentir as obras melhor assim como o espaço envolvente, em ambiente de realidade virtual. Mas para já temos ainda de ir aos espaços ver as obras de existência física.
Algumas inteiramente digitais podemos já contemplar sentados na nossa cadeia favorita…
Obrigada pela sua colaboração,
Diana Sousa.

Recensão Crítica - Art meet Net, Net meet Art (FULLER, Matthew. 2000).

Art meet Net, Net meet Art (FULLER, Matthew. 2000). In TATE.org: [http://www.tate.org.uk/netart/mat1.htm; 02.07.2007; 21:00]


Desde sempre, as obras de arte têm sido concebidas conforme o avanço “tecnológico”. Hoje em dia, as redes de Internet acompanham o desenvolvimento da arte e procuram dar a conhecer a produção e a invenção, através das comunicações estabelecidas dos artistas e outras entidades.
Actualmente, todos nós temos ao nosso alcance a possibilidade de usufruir das potencialidades da Internet e da W(orld) W(ide) W(eb) – este é o primeiro media desde a era do vídeo que a arte utiliza - gradualmente, foi tornando-se um meio de arte respeitado.

A acção da relação entre arte e net tem ocorrido independente. Os artistas lançam o seu próprio site e fazem a própria divulgação através de maillings. As listas de mailling e de novos serviços têm aumentado para fornecer informações às pessoas. As galerias e os museus estão acostumados a elaborar estas listas de mailling (muitas vezes estão inseridas numa base de dados informatizada – Microsoft Office Access ou noutro programa) e inserem-nas no processo de divulgação automática. Estas entidades procuram legitimar, procurando um leque de vocabulários, de ferramentas teóricas e de projectos de trabalhos dando acesso a audiências e a participantes - a maior parte das vezes com sucesso!

Existe um determinado oportunismo utópico que se relaciona bem com a tecnologia. Por um lado, permite ao artista criar ligações do seu trabalho com as estruturas da arte, com as culturas da net e com o modus operandi que se concretiza pelas relações em redes complexas familiares, sociais e comunitárias. Por outro lado, o artista encontra na net um caminho para iniciar ou tirar partido no processo de produzir dados (documentos, signos, símbolos, entre outros), sem pretender comandá-los.

Actualmente, verificamos que o artista utiliza a web como um meio de iniciar uma oferta pública. Muitos artistas têm bons resultados com esta nova forma de exposição, mas nem sempre a realidade virtual pode-nos proporcionar aquilo que podemos usufruir, apreciar e avaliar no mundo físico.

Para os artistas, trabalhar através da net acaba por ser um meio para envolver também o espaço museológico, integrando as obras de arte num sistema media (através do qual os trabalhos circulam), para mudar em algo novo em vez de criar séries de protótipos.

Artigo sobre Publicação e Projectos Digitais de Divulgação

Consideramos que o epicentro do sistema da arte é constituído pelo artista e pela obra de arte. Porém, há vários teóricos que consideram o museu um eixo fundamental, na arte moderna e contemporânea. Depois da II Grande Guerra Mundial, no universo Anglo-Saxónico e na Alemanha surgiram muitos museus. Durante o período entre a emergência e urgência dos Estados Unidos da América foi concebido o MoMA (The Museum of Modern Art). Posteriormente, assistimos ao aparecimento do Centro de Arte Contemporânea (CAC) cujo principal objectivo continua a ser a difusão da arte contemporânea.

O museu de arte contemporânea da Fundação de Serralves funciona como museu e, simultaneamente, como centro de arte contemporânea. Esta é uma situação comum em muitas fundações/organizações internacionais.

Os diferentes tipos de linguagem do século XX criaram vários paradigmas, numa sequência de sucessão. Ao estudar aquilo que para muitos é uma arte de elite – a arte contemporânea –, compreendemos que esta deixa de o ser quando somos confrontados com algumas obras, onde o local é (por vezes) mais importante do que a matéria da obra de arte. O conceito, o lugar e o tempo enformam em alguns casos o que denominamos por obra de arte (por exemplo: a arte de rua, a arte povera, a arte política e a arte digital – art net).

A partir dos anos 80, os artistas começaram a utilizar os media como forma de expressão artística – o modo de utilizar as tecnologias passa pelo modo de trabalhar as imagens. A imagem através da tecnologia pode transpor realidades e espaços (podendo simular ou substituir realidades). A arte e a tecnologia digital complementam-se, porque a realidade que a imagem nos dá é uma referência a qualquer coisa que produzimos ou que foi produzida por alguém, num determinado tempo e espaço (o espaço estabelece com a obra de arte uma relação directa – onde discernimos um discurso presente no qual a realidade compromete-se com espaço envolvente).

Através da tecnologia, a imagem digital é ficção e a sua realidade é construída num espaço virtual (as imagens passam a ser componentes de algo, que é produção e de selecção de património) – a tecnologia fornece-nos novas condições e orientações para compreender o mundo virtual, através da: simulação; interacção; artificialidade; imersão; telepresença; rede de comunicações.

Nesta nova capacidade de integrar um novo espaço e uma nova abordagem, estamos a introduzir o observador no espaço de acção – onde o espaço desmaterializa-se e o observador passa a ser activo em vez de passivo.

A Internet veio contribuir para um melhor acesso à arte contemporânea, disponibilizando grande quantidade de informações, blogs e sites de artistas.

O acto de publicar “algo” é uma partilha do que conhecemos com um outro ente. Todavia, o meio através do qual é processada a informação determina o fim e também a quantidade de receptores que a vão a apreender e quem sabe absorver. Através da publicação digital temos a noção que divulgamos um conhecimento sobre algo que será acessível a um número alargado de pessoas – de quem não sabemos a sua verdadeira identidade nem poderemos esperar com grande sucesso um feed-back. O blog permite o feed-back, mas (como é do conhecimento geral) poucos são os indivíduos que manifestam a sua opinião e formulam questões pertinentes.

Hoje em dia, publicação digital de divulgação de arte contemporânea tem sido uma prática corrente de vários artistas e entidades ligadas ao sistema da arte. Contudo, o fluxo de informação é tão grande, que muitas vezes há dificuldade em discernir quais são os melhores sites dentro dos vários que, por vezes, os motores de busca nos permitem pesquisar.
Por isso, surge a necessidade de selecção dos links de sites relacionados com arte contemporânea.

Muitos dos sites, que temos acesso para visitar, são criados por pessoas que têm interesse mas não são especialistas em arte. A incapacidade de verificação de dados por estes autores (algumas das vezes anónimos) pode contribuir para a formulação de ideias erradas e à formação pessoal de indivíduos que não têm percepção de quão ignóbeis são algumas informações.

Como ainda muitos especialistas de arte contemporânea não divulgam gratuitamente todo ou parte do conhecimento do qual são detentores, devemos recorrer a sites de instituições credíveis que têm técnicos superiores e dirigentes que nos dão segurança daquilo que sabem e nos dão a saber.